quinta-feira, 5 de agosto de 2010

A liberdade para Simone de Beauvoir

A filosofa existencialista, Simone de Beauvoir trata a questão da liberdade assim como Sartre tratou em suas obras, onde se discuti a liberdade como uma condenação moral do ser humano. Para Simone “querer-se moral e querer-se livre é uma só e mesma decisão” essa afirmação tem haver com que Sartre considera como liberdade, pois para ele o homem é livre e não pode deixar de quero-lo ser, pois essa é uma liberdade natural.

A realidade ambígua, discutida por Beauvoir quer dizer em linhas gerais a respeito da existência, que não existe senão se fazendo ser. A condição de ser livre é efetuar a passagem da natureza para a moralidade, fundando através de nossa existência uma liberdade autentica.

Para Beauvoir, realizar-se como liberdade é levar um impulso direto ao outro, colocando a presença do objeto como sua própria presença.

Criar a própria liberdade é criar novas possibilidades de existência, pois a partir daí podemos desvendar o ser e a cada estante sua liberdade se confirma através da criação inteira do próprio ser.

No entanto, para Beauvoir “o homem não cria o mundo e não consegue desvenda-lo senão através das resistências que esse mundo lhe opõe; a vontade não se define senão suscitando obstáculos; e, se certos objetos deixam-se vencer pela contingência da facticidade, outros não”. Nesta passagem podemos ver a questão da existência humana proposta pela filosofa, pois, para ela o homem só existe pela criação do próprio mundo e não da criação deste mundo. Assim o homem é produto de uma conexão mundo x realidade, pois passa por uma serie de obstáculos. Colocando assim o objeto como algo vencido pelo fato da vontade.

Ser livre para Beauvoir é aceitar os contrários da vida, pois se algo acontece como repressão, por exemplo, a uma vontade, deve-se aceitar essa repressão, pois a parir daí será livre. Sendo que a partir desta idéia se tem uma condição abstrata de liberdade.

Pois a liberdade não deve procurar captar o ser, mais sim desvenda-lo, sendo que o desvendamento do ser é a passagem para existência, visando assim, a liberdade como conquista da existência, mesmo havendo sempre uma falha do ser.

O desejo de ser livre só pode acontecer, segundo Beauvoir, quando não há um movimento definido, pois, a indefinição do movimento moral que propõem a liberdade do individuo através do impulso existente em si mesmo, de uma recusa do caráter positivo, más é do caráter negativo que se tem uma perspectiva de uma liberdade humana.

Portanto, Simone de Beauvoir coloca que, “por um lado, a liberdade pode sempre ser salva, porque ela se realiza como desvendamento da existência através de seus próprios fracassos, e pode ainda confirmar-se por uma morte livremente escolhida”. Assim podemos dizer que estar na condição de liberdade é aceitar e aderir ao fracasso da vida, e a partir deste tentar desvendar a existência e poder estar pronto para uma livre escolha de como querer um bem quanto a uma moral autônoma do ser humano. Por isso, quando falamos em liberdade, estamos falando de um movimento de libertação da própria existência humana.

Por isso, podemos definir a moralidade como uma adesão a si, e dizer que o homem não pode aceitar e nem negar sua liberdade, pois quando ele opitar por algo nesta forma ele esta negando a si mesmo, e essa não é uma proposta da existência, alias nunca se pode querer positivamente não ser livre.

No entanto, a liberdade só se realiza apenas como independência abstrata ou, ao contrario, recusar com desespero a distancia que nos separa do ser.

Bibliografia: BEAUVOIR de Simone, Moral da ambigüidade. Paz e terra. 1920. Pp. 3 – 27.

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