quinta-feira, 5 de agosto de 2010

A Filosofia Inglesa (Empirismo e Racionalismo)

O empirismo opõe a tese racionalista, pois sua maior fonte é através da experiência, ou seja, não há qualquer patrimônio da razão a priore no ser humano, mas sim a posteriori, ou seja, o empirismo, o conhecer pela experiência.

Tratarei aqui de alguns filósofos ingleses tais como: John Locke (1632 -1704), Berkeley (1685 - 1753), Thomas Hobbes (1588 - 1679), Leibniz (1646 - 1716) e Bacon (1561 – 1626). Cada um desses filósofos trouxe uma grande contribuição para a história da filosofia e para construção do empirismo, mais tarde melhor formulado por David Hume.

John Locke combate com toda convicção à teoria das idéias inatas. Pois para Locke “a alma é um papel em branco”. Porem apenas através da experiência que se pode ir aos poucos preenchendo os espaços vazios deste papel, ou seja, o conhecimento humano.

Para Locke há uma experiência externa (sensação) e interna (reflexão). Pois os conteúdos da experiência são representações ou idéias, uma vez simples outra vez complexas. As qualidades sensíveis primárias e secundarias pertencem a estas idéias simples. Uma idéia complexa é, a idéia de coisa ou de substancia, que é o conjunto das propriedades sensíveis de uma coisa.

O Ensaio sobre o intelecto humano é uma das obras mais importantes de Locke, pois esta obra apresenta-se como uma análise dos limites, das condições e das possibilidades efetivas do conhecimento humano. Locke inseriu alguns pontos destacados da filosofia cartesiana, sobretudo o princípio de que o único objeto do pensamento humano é a idéia. A tese mais destacada de Locke é a de que as idéias derivam da experiência e que, por isso, a experiência é o limite intransponível de todo conhecimento possível.

Berkeley formula uma tese que no qual terá um ponto de vista da seguinte forma: esse = percipi, ou seja, o ser das coisas consiste em ser apercebidas. No entanto Berkeley dirá que uma pena que tem agora na mão não é, deste modo, outra coisa que uma complexa sensação visual. Pois por de traz desta não há nada que provoque em sua consciência, a não ser o ser da pena que se esgota no seu ser apercebido.Berkeley se encontrava insatisfeito com o rumo que a filosofia moderna tomara. Tratava-se de uma visão racionalista e materialista demais.

Então ele fez a crítica aos modernos e aos livres pensadores, defendendo imaterial da realidade. Ele partiu da filosofia de Locke, que comenta e critica. É um empirista. Achava que não podemos conceber uma coisa do nada.

Ser é ser percebido, diz Berkeley. As únicas coisas com existência efetiva são Deus e os espíritos humanos. Ele dizia que não devemos discutir coisas das quais não temos idéias. As idéias são palavras com significado. O conhecimento gira em torno das idéias. "Todas as idéias vem de fora ou de dentro, as de dentro são pensamentos". A percepção é uma recepção passiva.

Berkeley no livro Sobre os princípios do conhecimento humano é contra a existência das idéias abstratas (conceito de Locke). Para ele, todas as idéias são simples, podemos compara-las e pegar o que há de comum. Por exemplo, temos na mente a idéia de um determinado triângulo, que pode se adequar a qualquer triângulo. Todas as idéias derivam da percepção. Berkeley identifica a linguagem e o uso das palavras como fonte desse erro, as idéias abstratas. A comunicação de idéias não é o objetivo principal das idéias, mas as sensações o são, como "exaltar uma paixão, dar ao espírito uma disposição particular”.

Hobbes diz que a Concepção do homem é da seguinte forma: O sujeito é racional quando é capaz de adequar os meios aos fins. O desejo não se limita à necessidade, e sim envolve apetites, variedade de intensidade, e esta sujeita a mudanças; é uma paixão. Pois a razão é um instrumento para satisfazer a paixão. Igualdade fundamental entre os homens: todos possuem poder de satisfazer desejos e capacidade de serem violentos.

Hobbes constrói o Estado de Natureza, ou seja, Estado onde o homem disputa de todas as coisas por direito natural e absoluto.Direito de Natureza é o direito e a liberdade de cada um para usar todo o seu poder “inclusive a força” para preservar a sua natureza e satisfazer os seus desejos. Lei Natural é a regra geral, ditada pela razão, que obriga cada um a preservar a sua própria vida e o proíbe de destruí-la.

Primeira Lei da Natureza é todo homem deve esforçar-se para que a paz exista e seja mantida desde que haja expectativas reais de consegui-lo. Violação da Primeira Lei da Natureza faz com que passe a vigorar apenas o Direito de Natureza onde todos recorrem ao livre uso da força para aumentar seu poder ou para impedir que o seu poder seja controlado por terceiros “Estado de Guerra”.

A obra de Leibniz é muito diversificada, sendo-lhe atribuída à autoria de notáveis descobertas. Na matemática, por exemplo, junto com Newton, foi um dos inventores do cálculo infinitesimal. Inventou também uma máquina de calcular. Na física criou o conceito de energia cinética.

A filosofia de Leibniz estabelece uma ponte entre a filosofia renascentista e a iluminista, lançando as bases para os grandes sistemas da filosofia contemporânea.

A monadalogia (do grego monas = unidade) exprime a concepção original de Leibniz sobre a natureza das coisas. "O universo é considerado uma ordenação de mónadas, isto é, de centros espirituais dinâmicos, em que se compenetram, misteriosamente, individualidade e substancialidade. Cada nómada é um espelho do mundo e, simultaneamente, uma criação original indestrutível, dotada de tendências ou mesmo de ação. O seu lugar na ordem hierárquica determina-se pelo grau de clareza e distinção com que consegue representar o universo" (F.Heinnemann). Deus é a mónada original, criador da infinidade das mónadas que compõem o mundo.

O conceito central da filosofia de Leibniz é a Harmonia Universal identificada com Deus. Vivemos, segundo Leibniz, no melhor dos mundos possíveis. Criado por Deus este só poderia ter escolhido o melhor entre todos os possíveis. O mal é uma carência ocasional e acidental e não existe por si próprio.

Todos os seres aspiram à realização plena das suas potencialidades.

Usando a teoria da causalidade, Leibniz explica a existência de Deus. Diz que ele não faz nada ao acaso, é supremamente bom. O universo não foi feito apenas pelo homem, mas o homem pode conhecer o universo inteiro. Deus é engenhoso, é capaz de formar uma "máquina" com apenas um simples líquido, sendo necessário apenas à interação com as leis da natureza para desencove-la.

Para Bacon, o verdadeiro filósofo natural (cientista da natureza) deveria fazer a acumulação sistemática de conhecimentos, mas também descobrir um método que permitisse o progresso do conhecimento, não apenas a catalogação de fatos de uma realidade supostamente fixa, ou obediente a uma ordem divina, eterna e perfeita.O saber deveria ser ativo e fecundo em resultados práticos.

O plano compreendia seis partes ou Seções. A Primeira Seção promoveria uma classificação completa das ciências existentes; a segunda, a apresentação dos princípios de um novo método para conduzir a busca da verdade; a terceira, a coleta de dados empíricos; a quarta, uma série de exemplos de aplicação do método; a quinta uma lista de generalizações de suficiente interesse para mostrar o avanço permitido pelo novo método; a sexta, a nova filosofia que iria apresentar o resultado final organizado num sistema completo de axiomas.

No Novum Organon Bacon ocupa-se do método de sistematização e padronização da observação e da experimentação. Para sistematizar a observação e a experiência Bacon propõe a construção de "tabelas de descoberta" ou “tabuas de investigação”. A finalidade última dessas tabuas era ordenar os fatos de tal modo que as verdadeiras causas dos fenômenos (objeto da física) e as verdadeiras "formas" das coisas (objeto da metafísica -- o estudo da natureza do Ser) poderiam ser estabelecidas indutivamente.

No método indutivo, Bacon distingue a experiência vaga e a experiência escriturada. A primeira é a observação feita ao acaso. A segunda corresponde à observação metódica e aos experimentos. Ambas servem para o preparo das acima mencionadas "tábuas de investigação" que são três:

Presença. A tábua de presença registra o fenômeno em todas as circunstâncias em que ele se manifesta. O calor, por exemplo: deveriam ser anotados todos os casos em que ele se apresenta: luz do sol, labaredas do fogo, no sangue humano, etc.

Ausência. A tábua de ausência ou da negação anota os fenômenos paralelos contrários: raios frios do luar, sangue frio de certos animais, etc.

Graduações. A tábua das graduações ou comparações anota possíveis correlações entre as modificações nos fenômenos em questão. Os procedimentos experimentais de Bacon compreendiam: de variação, de prolongação, de transferência, de inversão, de compulsão, mudança de condições.

Variação. Consistia em fazer variar alguma das variáveis possíveis na experiência. Ex: aumentar o peso do objeto que cai para verificar se influi na velocidade da queda.

Prolongação. O ímã atrai o ferro: pequenas partículas de ferro em mistura aquosa também seriam atraídas?

Transferência. A chuva faz as plantas crescerem: que influência teria o ato de regar que imitasse a chuva?

Inversão. Comprovando-se que o calor propaga-se por movimento ascendente, o frio propaga-se por movimento descendente?

Compulsão. Aumentando-se ou diminuindo-se as causas, os efeitos cessarão?

União. O gelo e o salitre, separadamente, resfriam os líquidos: que acontecerá se forem unidos? Mudança de condições. Uma combustão que ocorre em ambiente fechado, repetir-se-á da mesma forma se ocorrer ao ar livre?

Além dessas técnicas principais, Bacon mostra técnicas auxiliares na distinção de fenômenos ou prerrogativas: Solitárias: prerrogativas em corpos iguais em tudo, diferindo com relação à somente uma característica.

Migrantes: casos em que uma qualidade manifesta-se repentinamente e desaparece: brancura da água espumosa, por exemplo. Ostensivas: quando uma certa característica é particularmente evidente, como o peso do mercúrio. Analógicas. Um fenômeno pode esclarecer outro.Cruciais. Casos decisivos que obrigam o investigador a optar entre duas explicações diametralmente opostas, referentes ao mesmo fenômeno.

Portanto ao analisar a filosofia empirista vemos que todos os filósofos levam de certa forma para a experiência ou filosofia a posteriori de todo o conhecimento do ser humano.

O significado do empirismo para a historia do problema do conhecimento consiste em ter assinalado com energia a importância da experiência perante o racionalismo. Pois o empirismo substitui um extremo pelo outro, fazendo da experiência a única fonte do conhecimento.

Um comentário:

  1. Aaaaah, obgd por escreveer isso. Amanhã tenho provaa dessa materia e ainda tinha que fazeer um trabalho sobre isso pra semana quee vem! Aí entrei no google pra procurar e achei essa explicaçao. Foi a mais facil que achei!
    Muuitoo obgd meesmo, professor.

    :*

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