1- PARA HABERMAS O QUE QUALIFICA A ORIENTAÇÃO DO ATOR QUE AGE DO PONTO DE VISTA INSTRUMENTAL, ESTRATÉGICO E COMUNICATIVO?
O agir estratégico é aquele que põe em funcionamento o sistema social. O princípio do sistema social, quer dizer, do capitalismo, é o agir motivado pelo objeto da ação; fazer para conseguir determinados resultados. O agir estratégico, que, sem dúvida, segundo o autor, é o predominante em nossa sociedade e a determina, não pode ser dissecado, analisado ou medido pela teoria porque "escapa" por assim dizer, ao estatuto moral.
As normas que comandam o agir comunicativo e o discurso em vista do entendimento mútuo (que é uma forma, entre outras, do agir comunicativo) são, no fundo, bem simples. Elas fazem parte de nosso dia-a-dia, toda a vez que nos comunicamos com os outros em vista do entendimento: a universalidade - contra todas as discriminações, bairrismos, racismos e divisões - o respeito pelo outro, a sinceridade, a veracidade e o respeito pela verdade que excluem quaisquer manobra procurando distorcer o processo de diálogo e de busca do verdadeiro e do justo e finalmente, a renúncia a todas as formas de violência e de coação.
O agir instrumental rege-se por regras técnicas baseadas no saber empírico. Aplicando prognósticos condicionais sobre acontecimentos observáveis, físicos dos sociais (meios de produção).
Portanto o ator deve agir respeitando o outro dentro do sistema social, observando sempre os trabalhos físicos sociais de seu dia-a-dia analisando e se comportando moralmente.
2- O AGIR ORIENTADO PARA O ENTENDIMENTO MÚTUO ESPECIFICA CONDIÇÕES PARA QUE UM ACORDO SEJA ALCANÇADO. NESSE CASO, QUAIS SÃO AS CONDIÇÕES ESTABELECIDAS POR HABERMAS PARA QUE O ALCANCE DO ACORDO SEJA POSSÍVEL?(ATENÇÃO PARA OS ARGUMENTOS A, B, C, D, E, F E G ESTABELECIDOS POR ELE).
• Orientação para o Entendimento Mútuo versus Orientação para o sucesso:
O modelo estratégico da ação pode se satisfazer com a descrição de estruturas do agir imediatamente orientado para o sucesso, ao passo que o modelo do agir orientado para o entendimento mútuo tem que especificar condições para um acordo alcançado comunicativamente sob as quais Alter pode anexar suas ações as do Ego.
• O entendimento mútuo enquanto mecanismo da coordenação de ações:
Os processos de entendimento mútuo visam um acordo que depende do assentimento racionalmente motivado ao conteúdo de um proferimento. Pois o acordo não pode ser imposto à outra parte, não pode ser extorquido ao adversário por meio de manipulações: o que manifestamente advém graças a uma intervenção externa não pode ser tido na conta de um acordo. Este assenta-se sempre em convicções comuns.
• Situação de ação e situação de fala:
Uma situação representa um segmento do mundo da vida recortando em vista de um tema. Um tema surge em conexão com interesses e objetivos da ação dos participantes: ele circunscreve o domínio de relevância dos objetos tematizáveis. Os planos de ação individuais acentuam o tema e determinam a carência de entendimento mútuo actual que é preciso suprir por meio do trabalho de interpretação. Nesse aspecto, a situação de ação é, ao mesmo tempo, uma situação de fala na qual os agentes assumem alternadamente os papeis comunicacionais de falantes, destinatários e pessoas presentes.
• O pano-de-fundo do mundo da vida:
O mundo da vida comum em cada caso oferece uma provisão de obviedades culturais donde os participantes da comunicação tiram seus esforços de interpretação os modelos de exegese consentidos.
Essas suposições habitualizadas culturalmente e que formam como que um pano de fundo são apenas uns dos componentes do mundo da vida: também as solidariedades dos grupos integrados por intermédio de valores e as competências dos indivíduos socializados servem, de maneira diferente das tradições culturais, como recursos para o agir orientados para o entendimento mútuo.
• O processo de entendimento mútuo entre o mundo e o mundo da vida:
O mundo da vida constitui, pois, o contexto da situação de ação; ao mesmo tempo, ele fornece os recursos para os processos de interpretação com os quais os participantes da comunicação procuram suprir a carência de entendimento mútuo que surgiu em cada situação de ação.
Os atos de fala não servem apenas para a representação (ou pressuposição) de estados e acontecimentos, quando o falante se refere a algo no mundo objetivo. Eles servem ao mesmo tempo para a produção (ou renovação) de relações interpessoais, quando o falante se refere a algo no mundo social das interações legitimamente reguladas, bem como para a manifestação de vivencias, isto é, para a auto-representaçao, quando o falante se refere a algo no mundo subjetivo a que tem um acesso privilegiado.
• Referência ao mundo e pretensão de validez:
Na atitude orientada para o entendimento mútuo, o falante ergue em todo proferimento inteligível as seguintes pretensões:
1ª - que o enunciado formulado é verdadeiro (ou, conforme o caso, que as pressuposições de existência de um conteúdo proporcional mencionado são acertadas); 2ª - que o ato de fala é correto relativamente a um contexto normativo existente (ou, conforme o caso, que o contexto normativo que ele realiza, é ele próprio legitimo); 3ª - que a intenção manifesta do falante é visada do modo como é proferida.
Quem rejeita uma oferta inteligível de ato de fala contesta a validade do proferimento sob pelo menos um desses três aspectos da verdade, da correção e da sinceridade.
• Perspectivas do mundo:
Se explicitarmos agora as estruturas do agir orientado para o entendimento mútuo sob os pontos de vista de (a) a (f), reconheceremos as opções de que dispõe um locutor competente, segundo essa análise. Ele tem, em principio, a possibilidade de escolher entre os modos cognitivo, interativo e expressivo do uso lingüístico e entre classes correspondentes de atos de fala constatativos, regulativos e representativos para se concentrar seja em questões de verdade, seja em questões de justiça, seja em questões do gosto ou, da expressão pessoal, considerando-as sob o aspecto de uma pretensão de validez universal.
3- LEIA O TEXTO “A NOVA INTRANSPARÊNCIA” E RESPONDA:
3.1- QUAL O TEMA TRATADO POR HABERMAS EM CADA UMA DAS PARTES QUE ESTRUTURAM O TEXTO (I, II, III, IV E V).
I- As transformações do pensamento da sociedade ocidental do séc. XVII, em que se torna o espírito de época “médium” em que desenvolve o pensamento utópico e histórico no inicio do séc. XIX e as conseqüências no séc. XXI.
II- O esgotamento das utopias desde o séc. XIX, suas probabilidade, causas e conseqüências. E como suas conseqüências foram favoráveis para o desencadeamento de guerras.
III- O esgotamento das energias utópicas e suas reflexões na sociedade, tais como nos vínculos empregatícios, tanto quanto na vida dos empregados e suas conseqüências e o surgimento do projeto sócio – Estatal.
IV- As instituições do estado democrático. O impulso no desenvolvimento político. O capitalismo e sua importância no Estado social. As reações legitimistas e o neoconservadorismo e suas respectivas características.
V- O esgotamento das energias utópicas de uma sociedade do trabalho e suas conseqüências.
3.2- FAÇA UM RESUMO DAS IDÈIAS CENTRAIS DENSENVOLVIDAS POR ELE SOBRE CADA UM DOS TEMAS (MÍNIMO 10 LINHAS) (10 CRÉDITOS)
I
No final do séc. XVII na cultura ocidental formou-se uma nova consciência de tempo. A partir deste séc. forma-se um novo tempo. O limiar de época que marca o rompimento entre o mundo moderno e o mundo da antiguidade. O rompimento do passado é a renovação contínua. [A atualidade é autêntica e o lugar que onde entrelaçam continuação de tradição] ao e inovação. A desvalorização do passado e forma s de vida moderna explica a estrutura alternada do “Espírito de época”. Eles se tornam médium em que o pensamento e o debate político se movem. Assim recebem o impulso de dois movimentos de pensamento.
Pensamento ectópico: saturado de experiências parece destina a criticar os projetos utópicos.
Pensamento utópico: Parece ter a função de abrir alternativas de ação e margem de possibilidade que se projetem sobre continuidade históricas.
A moderna consciência faz com que o pensamento utópico funde-se ao pensamento histórico. Essas influências de energia utópicas na consciência da história caracterizam o espírito de época que marca a esfera publica política dos povos modernos desde os dias da revolução Francesa.
No inicio do séc. XIX, “utópica” transformou-se em um conceito de luta política usada por todos contra todos. Primeiramente a reproche se dirige contra o pensamento abstrato do iluminismo e seus herdeiros liberais; então naturalmente contra os socialistas e comunistas bem contras os ultraconservadores - contra uns porque evocaram futuro abstrato, e contra outros porque evocaram o passado abstrato. Como todos estavam contaminados de pensamento utópico ninguém queria ser utopista.
Hoje as energias aparentam ter sido esgotadas, como se elas tivessem se retirado do pensamento histórico. O horizonte do futuro estreitou-se o espírito da época como a política transformou-se profundamente futuro afira-se negativamente, no limiar do séc. XXI desenha-se o panorama, aterrador da ameaça mundial aos interesses da vida em geral: o espiral armamentista, o empobrecimento estrutural dos paises em desenvolvimento, o desemprego e só desequilíbrios sociais crescentes nos paises desenvolvidos, problemas como o meio ambiente, sobrecarregado, altas tecnologias operadas, as raias da catástrofe, dão as palavras chave que invadiram a consciência publica através dos meios de comunicação de massa. As respostas dos intelectuais refletem uma perplexidade não menor do que a dos políticos.Não é de forma alguma apenas realismos se uma perplexidade acerta temerariamente coloca-se cada vez mais no lugar de buscas de orientação que apontem para o futuro. A situação pode estar objetivamente inteligível. Contudo, essa imperspicuidade é também uma função da presteza de ação de que a sociedade se julga capaz. Trata-se da cultura ocidental em si mesma.
II
Bons motivos para o esgotamento das energias utópicas. As utopias clássicas traçaram as concepções para uma vida digna do homem, que interferem nos debates políticos do séc. XIX. Apresentam a ciência, a técnica, e o planejamento como instrumento s promissores e seguros para um verdadeiro controle da natureza e da sociedade, a expectativa foi abalada por evidências massivas. A energia nuclear, a tecnologia de armamento e o avanço no espaço, a pesquisa genética e a intervenção da biotecnologia no comportamento humano, a elaboração de informações, o processamento de dados e os novos meios de comunicação são técnicas de conseqüências intrinsecamente ambivalentes. Quanto mais complexos, maiores as probabilidades de efeitos colaterais disfuncionais. Nós percebemos diariamente que as forças produtivas transformam-se em forças destrutivas e que a capacidade de planejamento transforma -se em potencial desagregados. Diante disso não constitui surpresa que hoje gamem influências sobretudos daquelas teorias desejosas de mostrar que as mesmas forças de incrementação do poder, das quais a modernidade extraiu outrora sua autoconsciência e sua expectativa utópicas, na verdade transformou autonomia em dependência, emancipação em opressão, racionalidade em irracionalidade. Em lugar de querer dominar no mundo as contingências tomadas superficialmente, deveríamos antes dedicar-nos as contingências misteriosas cifradas do desvendar do mundo.
Na cena atual alastra-se a suspeita de que o esgotamento das energias utópicas denuncia não apenas um dos estados de ânimos passageiros do pessimismo cultural toca mais no fundo. Ele poderia denuncia uma transformação da moderna consciência em tempo geral.
Os clássicos da teoria social, desde Marx até Weber, estavam de acordo que a estrutura da sociedade burguesa moldou-se através do trabalho abstrato, por um tipo de trabalho remunerado, rígido pelo mercado, aproveitando de forma capitalista organizado empresarialmente. Com a forma desse trabalho abstrato desenvolveu uma força tão percuciente que penetrou todos os domínios, as expectativas utópicas também puderam dirigir-se à esfera da produção, em suma, para a emancipação do trabalho da determinação externa. As utopias dos primeiros socialistas condensavam–se na imagem do Falanstério: uma organização social fundada no trabalho livre e igual dos produtores.Da própria produção organizada de maneira justa deveria resultar a forma de vida comunal dos trabalhadores livremente associados. A idéia de autogoverno dos trabalhadores ainda inspirou os movimento de protesto no final dos anos 60.
A utopia de uma sociedade do trabalho perdeu sua força persuasiva – e isso não apenas porque as forças produtivas perderam sua inocência ou parque a abolição da propriedade privada dos meios de produção manifestamente não resulta só no governo autônomo dos trabalhadores. Acima de tudo, a utopia, perdeu seu poder de referencia na realidade a força estruturadora e socializadora do estado abstrato.
A desfalecente força persuasiva da utopia de uma sociedade de uma sociedade do trabalho tem importância para ampla esfera pública e ajudar a esclarecer um esgotamento em geral do impulso utópico? Porque essa utopia não atraiu apenas intelectual. Ela inspirou o movimento dos trabalhadores europeus e deixou sua marca em três programas muito diferentes, mas se fizeram história e mundialmente efetivos em nosso século. Com reação às conseqüências da I Guerra mundial e a crise econômica que se segui lograram êxito às seguintes corrente políticas: o comunismo soviético na Rússia, o corporativismo autoritário na Itália Fascista, na Alemanha nacional socialista, e na Espanha Falangista, e o reformismo sócio-democrata democracias de massa do ocidente. Apenas este projeto do estado social fez sua herança dos movimentos burgueses de emancipação. O estado constitucional democrático. Embora saído da tradição sócio democrático esse projeto não foi de modo algum continuado apenas por governos de perfil sócio democrata. Após a II Guerra Mundial, todos os partidos dirigentes alcançaram maioria, de forma diferente acentuada sob a insígnia dos objetivos sócios-estatais. Entretanto, desde a metade dos anos 70 os limites do projeto do estado social fiam evidentes se que até agora uma alternativa clara seja reconhecível. Em razão disso, gostaria de precisar mina tese: A nova inteligibilidade é própria de uma situação na qual um programa de estado social, que se nutre reiteradamente da utopia de uma sociedade do trabalho perdeu a capacidade de abri possibilidade futuras de uma vida coletivamente melhor e menos ameaçada.
III
Coração da utopia, a emancipação do trabalho heterônomo, apresentou-se, porém sob outra forma no projeto sócio-estatal. Houve uma transformação do trabalho heterônomo em auto-atividade. As condições de emprego conservam a importância no projeto. Não é apenas uma medida de humanização, mas, sobretudo para as indenizações compensatórias que devem contrabalançar os riscos básicos do trabalho assalariados acidentes, doenças, perda do emprego, velhice desamparada. Isto resulta na meta do pleno emprego. Pelos encargos que continuaram associados ao status acolchoado do trabalho remunerado dependente o cidadão é indenizado em seu papel de cliente da burocracia do estado de bem estar com pretensões de direito com seu papel de consumidos de bens de massa com o poder de compra.
Esses objetivos são atingidos via legislação do estado social pelas negociações coletivas das partes dependentes da barganha salarial. As políticas de estado social recebem sua legitimação das eleições gerais e encontram suas bases sociais nos sindicatos autônomos e nos partidos de trabalhadores. Assim de ele intervem no sistema econômico com o objetivo de proteger o crescimento capitalista migrar as crise e proteger simultaneamente a capacidade de competição internacional das empresas e oferta de trabalho, a fim de que adivinham crescimentos que possam ser repartidos sem desencorajados investimentos privados. Isso esclarece o lado metodológico: o compromisso do estado sócio e a participação dos conflitos de classe devem ser obtidos através do poder estatal democraticamente legitimado, que é interposto para o zelo e a moderação no processo capitalista. Presume -se com isto, que uma coexistência pacifica entre democracia e capitalismo pode ser assegurado através da intervenção estatal.
Nas sociedades industriais ocidentais este sistema o satisfaz, pelo menos sob circunstâncias favoráveis do período pós-guerra que o autor chama de precária. Trata-se, pois em primeiro lugar da questão dos limites da possibilidade de conciliar capitalismo e democracia, e em segundo lugar de produzir novas formas com instrumentos burocráticos jurídicos.
1- Desde o principio o estado nacional, mostra-se um moldura demasiado apertada para assegurar adequadamente a política econômica Keynesiana, ante os imperativos do mercado mundial e das políticas de investimento das multinacionais. Porém é no âmbito interno que os limites do poder e da capacidade intervenção do estado estão mais evidentes. Nesse ponto, o estado social esbarra na resistência dos investidores privados, fato tão mais claro quanto mais êxitos a implementação de seus programas.
• Os custos crescentes dos salários e dos encargos trabalhistas aumentam a tendência para investimento em racionalização a qual, são signos da segunda revolução industriais, intensifica a produtividade do trabalho tão consideravelmente e diminui o tempo de trabalho socialmente necessário tão significativamente que torna a força de trabalho mais e mais ociosa, apesar da tendência para a redução da jornada de trabalho.
• O estado social bem sucedido perde o pé em uma citação na qual tem de ascender à consciência o fato de que ele próprio não é um “manancial de abastança” autônomo e não pode assegurar ao lugar do trabalho como direito civil (Claus Ofife)
Tal situação expõe o estado social ao perigo de desprender-se de suas bases sociais.
Ao mesmo tempo ante a nova situação do mercado de trabalho, as organizações sindicais acham-se sob pressão, seu potencial de intimidação fica debilitado, eles perdem membros e contribuições, e vêem-se constrangidos a uma política de mediação ajustada aos interesses de curto prazo ainda empregados.
Mesmo que o estado social pudesse, sob favoráveis condições gerais, retardar ou evitar completamente os efeitos colaterais de seu sucesso que põem em perigo sua própria condição de funcionamento permaneceria irresolvido um outro problema. Os defensores do projeto sócio-estatal sempre olharam numa direção. Em primeiro plano esta a tarefa de disciplinar o crescimento natural do poder econômico, e de afastar do mundo da vida dos trabalhadores dependentes os efeitos destrutivos de um crescimento econômico propenso á crise.
Em suma o projeto sócio-estatal como tal aloja uma contradição, entre fins e meios. Seu objetivo é a criação de formas de vida estruturadas igualitariamente, garantindo liberdade de movimento para auto-realização e a espontaneidade individual. Mas obviamente esse objetivo de pode ser diretamente alcançado pela transposição jurídico-administrativa de um programa político. A produção de novas formas de vida está além das forças de que o médium poder dispõe.
IV
As instituições do estado social caracterizam, em medida não inferior às instituições do estado constitucional democrático, um impulso no desenvolvimento do sistema político, para o qual não há alternativa visível em sociedades como as nossas – nem no que tange às funções que o Estado social cumpre nem no tocante às exigências normativamente justificadas que ele satisfaz. Sobretudo os paises ainda atrasados no desenvolvimento do Estado social não têm nenhuma razão plausível para o desviarem-se desse caminho. É justamente a falta de alternativas, através mesmo a irreversibilidade dessas estruturas de compromisso (pelas quais se continua a lutar), que nos põe diante do seguinte dilema: o capitalismo desenvolvido nem pode viver sem o estado social nem coexistir com sua expansão continua. As reações mais ou menos desorientadas a esta delineia indicam que o potencial de sugestão política da utopia de uma sociedade de trabalho está esgotado.
Segundo indicações de Claus Offe, três tipos de reação podem ser percebidas em paises como a Alemanha Federal e os EUA. O legitimismo sócio estatal da sociedade industrial da social democracia direta acha-se na defensiva. Os legitimistas retiram o projeto sócio-estatal precisamente o componente que a utopia de uma sociedade do trabalho emprestara a eles. Eles renunciam ao objetivo de subjugar o trabalho heterônomo até o ponto que permitia ao status de cidadão livre e igual em direitos – que se estende à esfera da produção - ser a noção de cristalização de formas autônomas de vida. Os legitimistas são hoje os verdadeiros conservadores que gostariam de consolidar o já conquistado. Eles esperam encontrar novamente o ponto de equilíbrio entre o desenvolvimento do estado social e a modernização via economia de mercado.
O neoconservadorismo encontra-se em ascensão. Ele também orientou a sociedade industrial, mas manifesta-se decididamente crítico do Estado social. Ele caracteriza-se substancialmente por três componentes. Primeiro, uma política econômica orientada pela oferta de aperfeiçoar as condições de valorização do capital e pôr o processo de acumulação novamente em movimento.
Segundo, os custos de legitimação do sistema político devem ser reduzidos à inflação de reivindicações e “igovernabilidade” são termos –chave de uma política que aponta para uma efetiva separação entre a administração e a formação pública da vontade. Nesse contexto, fomentam-se tendências neocorporativas, isto é, a ativação do potencial de direção não estatal das grandes associações, em primeiro lugar das organizações empresariais e dos sindicatos.
Terceiro, a política cultural recebe a incumbência de operar em duas frentes. De um lado, ela deve desacreditar os intelectuais como um estrato do modernismo a um só teme ávido de poder e improdutivo, uma vez que valores pós-materiais-sobretudo as necessidades expressivas de atuo –realização e os juízos críticos da moral de um iluminismo universalista. De outro lado à cultura tradicional deve ser fomentada, isto é, devem ser fomentadas as forças agregadoras da moralidade convencional do patriotismo, da religião burguesa e da cultura popular. A política neoconservadora tem uma certa possibilidade de realização se ela encontra uma base nessa sociedade cindida, segmenta, que ela mesma produz.Os grupos excluídos ou oprimidos à margem não dispõem de nenhum poder de veto, pois representam uma desarticulada minoria segregada do processo de produção.
Disto dentro outros resulta a difícil tarefa de viabilizar a universalização democrática das posições de interesse e uma justificação universalista das normas já sob o limiar dos aparelhos partidários autonomizados em grandes organizações e que por assim dizer migraram no interiro do sistema político. Um pluralismo surgiu naturalmente de subculturas defensivas, resultado apenas da desobediência espontânea, teria de desenvolver-ser ao largo das normas da igualdade civil. Resultaria então apenas uma esfera que dispor-se-ia especularmente diante das cinzentas zonas neocorporativas.
V
Com o desenvolvimento social esgotam-s as energias da utopia de uma sociedade de trabalho. As repostas dos legitimistas e dos neoconservadores movem-se no médium de um espírito da época que ainda é apenas defensivo; elas exprimem uma consciência da história que se despojou de sua dimensão utópica. Os dissidentes da sociedade de crescimento também continuam na defensiva.As sociedades modernas dispõem de três recursos que podem satisfazer suas necessidade no exercício do governo: o dinheiro, o poder e a solidariedade. As esferas de influência desses recursos teriam de ser postas em um novo equilíbrio. Eis o que quero dizer: O poder de integração social da solidariedade deveria ser capaz de resistir às “forças” dos outros dois recursos, dinheiro e poder administrativo.
Segundo essa versão oficial, o poder político da formação publica da vontade, flui via legislação e administração, por assim dizer de permeio ao aparelho estatal e regressa a um público bifronte que se apresenta na porta da frente do estado como publico de cidadão e na porta dos fundos como públicos de cliente.
As esferas publicam autônomas teriam de alcançar uma combinação de poder e autolimitação meditada que poderia tornar os mecanismo de atuo-regulação do estado e da economia suficientemente sensíveis diante dos resultados orientados a fins da formação radicalmente democrática da vontade.
Nas utopias da ordem as dimensões da felicidade e da emancipação confluíram com aquelas do incremento do poder e da produção da riqueza social. Os projetos de formas de vida racionais acabaram em uma simbiose ilusória entre o controle nacional da natureza e a mobilização das energias sociais. A razão instrumental desencadeado no interiro das orças produtivas, a razão funcionalista desenvolvia nas capacidades de organizar e planejar deveria preparar o caminho para vidas dignas do homem, igualitárias e, ao mesmo tempo, libertárias. O potencial das condições de acordo deveria resultar, pro fim e sem cerimônia, da produtividade das condições de trabalho. A persistência dessa confusão reflete-se ainda na inversão crítica em que, por exemplo, são postas no mesmo saco a capacidade de normalização de grandes organizações centralizadas e a capacidade de generalização do universalismo moral.
Mais decisivo ainda é a remoção da ilusão metodológica que esteve ligada ao projeto e uma totalidade concreta de possibilidades futuras de vida. O conteúdo utópico da sociedade da comunicação se reduz aos aspectos formais de uma intersubjetividades intacta.
3- QUAIS OS ARGUMENTOS USADOS POR HABERMAS PARA AFIRMAR QUE A CRISE DO ESTADO DO BEM-ESTAR SOCIAL DEVE SER EXPLICADA PELO ESGOTAMENTO DA UTOPIA DE UMA SOCIEDADE DE TRABALHO (10 CRÉDITOS).
• O desenvolvimento do Estado social acabou num beco sem saída. Com ele esgotaram-se as energias da utopia de uma sociedade de trabalho. As respostas de legitimistas e dos neoconservadores movem-se no médium de um espírito da época que ainda é apenas defensivo; elas exprimem uma consciência da historia que se despojou de sua dimensão utópica. Os dissidentes da sociedade de crescimento também continuam na defensiva. Sua reposta só poderia converter-se a uma ofensiva se o projeto do estado social fosse não simplesmente assentado ou interrompido, mas continuasse num nível mais alto da reflexão. Os projetos do estado sociais voltados para si, dirigiram não apenas à moderação da economia capitalista, mas também à domesticação do Estado mesmo, perder, porém, o trabalho como seu ponto central de referência. Isto é, já não se trata de assegurar o emprego por tempo integral elevado à condição de norma. Tal projeto jamais poderia esgotar-se nessa tentativa de quebrar instituindo um rendimento mínimo garantido – a maldição que paira sobra à biografia de todos os trabalhadores-mesmo reserva. Esta tentativa seria revolucionária, mas não revolucionaria o bastante - mesmo se o mundo da vida pudesse ser protegido não apenas contra os imperativos desumanos do sistema de emprego, mas também contra os contraproducentes efeitos colaterais de uma proteção administrativa da existência como um todo.
• Pelos encargos que continuaram associados ao status acolchoado do trabalho remunerado dependente o cidadão é indenizado em seu papel de cliente da burocracia do estado de bem estar com pretensões de direito com seu papel de consumidos de bens de massa com o poder de compra. Esses objetivos são atingidos via legislação do estado social pelas negociações coletivas das partes dependentes da barganha salarial. As políticas de estado social recebem sua legitimação das eleições gerais e encontram suas bases sociais nos sindicatos autônomos e nos partidos de trabalhadores. Assim de ele intervem no sistema econômico com o objetivo de proteger o crescimento capitalista migrar as crise e proteger simultaneamente a capacidade de competição internacional das empresas e oferta de trabalho, a fim de que adivinham crescimentos que possam ser repartidos sem desencorajados investimentos privados. Isso esclarece o lado metodológico: o compromisso do estado sócio e a participação dos conflitos de classe devem ser obtidos através do poder estatal democraticamente legitimado, que é interposto para o zelo e a moderação no processo capitalista. Presume -se com isto, que uma coexistência pacifica entre democracia e capitalismo pode ser assegurado através da intervenção estatal.
• A desfalecente força persuasiva da utopia de uma sociedade de uma sociedade do trabalho tem importância para ampla esfera pública e ajudar a esclarecer um esgotamento em geral do impulso utópico? Porque essa utopia não atraiu apenas intelectual. Ela inspirou o movimento dos trabalhadores europeus e deixou sua marca em três programas muito diferentes, mas se fizeram história e mundialmente efetivos em nosso século.
Bibliografia:
HABERMAS, J. Sobre a estrutura de perspectivas do agir orientado para o entendimento mútuo. IN: Consciência Moral e agir comunicativo. RJ: Tempo Brasileiro, 1989.
A Nova Intransparência. Novos Estudos CEBRAP, nº 18, setembro de 1987.
olá. gostei do seu texto sobre habermas.estou estudando ele no doutorado. como faço pra saber seu email? você poderia me escrever de volta? Obrigada. tatiana bukowitz (tatikawaii@hotmail.com)
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