terça-feira, 3 de agosto de 2010

Desenvolvimento afetivo-sexual: a metamorfose


Durante seu desenvolvimento, a criança transita das sensações advindas do gradual conhecimento do próprio corpo, à curiosidade sobre o corpo as outras pessoas e à descoberta do prazer ligado aos seus órgãos sexuais, aprendendo a encontrar o prazer erótico nos brinquedos e na fantasia. Com o passar do tempo, ela vai tomando consciência de sentimentos e sensações que não fazia parte do seu universo infantil e evolui então para a busca de emoções compartilhadas, a busca de outro – o par.

Na adolescência, o jovem é envolvido pela revolução fisiológica em seu corpo e a incerteza dos papéis adultos à sua frente. Sua afetividade e comportamento estão em mudança, provocando-lhe muitas indagações sobre si mesmo e questões sobre o sentido da vida e os múltiplos caminhos abertos à sua frente. Enquanto vai atingindo a maturidade biológica e sexual, ele procura a definição de sua identidade e a ocupação de seu espaço de homem ou mulher, reivindicando alguma liberdade para agir e manifestar-se.

Nesse fase, instala-se grande ansiedade em torno da aparência do corpo que se transforma. Comparam-se com os ídolos da beleza mostrados pela mídia e com seus companheiros da mesma idade, querendo certificar-se de que suas novas formas sejam normais e atraentes. Cuidam, então, com especial esmero de sua força de sedução.

Coerentemente com as alterações de padrões de comportamento que resultam da evolução cultural nas últimas décadas, muitas mudanças têm ocorrido quanto à iniciação sexual dos jovens. Cada vez mais, as primeiras experiências se dão entre adolescentes de um mesmo grupo social.

A reflexão e discussão aberta das questões referentes a esse assunto contribuem para o desenvolvimento da auto-estima e para a desmitificação de lendas, crendices e tabus. Assim, rapazes e moças podem sentir-se capazes de tomar decisões assertivas e responsáveis, definindo possibilidades e limites para suas experiências sexuais e exercendo controle sobre o momento, as circunstâncias e com quem devam ter suas primeiras relações.

É próprio dos jovens um sentimento de onipotência, que os faz menosprezar o saber e o comportamento dos mais velhos. Acham-se imunes às dificuldades da vida, não temendo assumir riscos e enfrentar desafios. Essa atitude torna-os menos cuidadosos consigo mesmos e ,portanto, mais vulneráveis às situações de perigo. Costumam agir contrariando conselhos paternos, numa clara atitude de desafio e bravata.

A resistência à autoridade, típica dessa fase, resultando freqüentemente em conflitos, reflete a necessidade de auto-afirmação e de busca de identidade. Nessas ocorrências, o jovem se vale principalmente do apoio emocional de seu grupo.

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