sexta-feira, 29 de agosto de 2014

BRASIL, UM PAÍS DE IDIOTAS? 

Rodrigo dos Santos Manzano

Após a análise que fizemos, confrontando com a pífia cultura de participação política desenvolvida no Brasil, somos obrigados a responder “sim” à pergunta feita acima. O processo de alienação política ao qual o povo brasileiro foi submetido no desenvolvimento da história da nação obteve êxito. A definição de Política não deixa de ser deturpada no senso comum, pois as pessoas entendem que esse conceito se limita simplesmente a discussões e atividades partidárias. Quando nos lembramos do artigo escrito por Aristides Lobo e sua imortal frase para definir a proclamação da República “E o povo assistiu àquilo bestializado” (ver box página 68), vemos o disparate que existe entre o conceito de República, que significa coisa pública, do povo, e o que se estruturou no Brasil, relegando a população a segundo plano no processo de instituição das organizações políticas.
Pode ser um exagero dizer que a democracia brasileira é uma farsa, mas não deixa de ser verdade que nossa democracia ainda é muito falha. Sabemos que o cenário de corrupção assola a nação em todas as esferas governamentais. Cabe à população brasileira sair de seu estado letárgico na questão política, vencendo a apatia para finalmente começar a construir a verdadeira República, a verdadeira democracia. Precisamos ter consciência de que aqueles que exercem cargos de administração estão a serviço da população, e que cabe a esta tirá-los do poder quando não representam seus anseios, não realizam aquilo para o qual realmente foram eleitos: administrar a “coisa pública”. O que houve com o ânimo que tanto motivou as massas contra a ditadura civil-militar? Que as levou às ruas na campanha por eleições diretas – a Diretas Já! – e no processo que levou ao impeachment do então presidente Fernando Collor de Melo? Por que sempre vemos os mesmos candidatos, muitas vezes acusados de casos de corrupção e de envolvimento com interesses que não são os da população, e por que eles continuam se elegendo?
Sabemos que um processo de “despertar” político não se dá do dia para a noite. Em um país no qual a Educação é sucateada, professores são mal pagos, a Cultura é relegada, a situação torna-se pior ainda. Porém, está na hora de sair da cultura “carnaval e futebol” e acordar para as questões políticas. Por que defendemos tão ferrenhamente nossos times, mas não nossos direitos? Precisamos reconhecer que Política não é só voto e que a única saída para modificar essa situação é a união da população e a luta para que as medidas tomadas pelos governantes sempre visem o bem comum. Afinal, todo poder emana do povo.

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